A hipersensibilidade a medicamentos é uma ocorrência que merece atenção e cuidado especializado
Com o passar dos anos, temos visto o aumento do número de casos de crianças que apresentam a hipersensibilidade a medicamentos, uma condição comum, mas que deve ser diagnosticada. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 20% das crianças apresentam algum tipo de alergia que, sem o tratamento adequado, pode evoluir para uma doença crônica e a hipersensibilidade está nesta lista.
Graças ao acesso a informações que temos hoje, muitos pais e mães acabam reconhecendo a ocorrência da hipersensibilidade a medicamentos nos filhos. Apesar disso, muitos ainda possuem dúvidas sobre o diagnóstico e é isso que quero te explicar hoje.
Primeiro, vamos entender o que é a hipersensibilidade!
Para todos os pais e mães entenderem esta condição, primeiro necessitam saber o que é. A reação de hipersensibilidade a medicamentos (RHM) é qualquer efeito prejudicial ou até mesmo indesejável, não intencional, que surge após a administração de um medicamento em doses usadas normalmente para prevenção, tratamento de uma doença ou diagnóstico.
Vale ressaltar ainda que a hipersensibilidade é uma condição que afeta cerca de 7% da população mundial e já se configura como um problema de saúde pública. No Brasil, os medicamentos que mais geram hipersensibilidade são os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e os antibióticos.
E quais são os sintomas?
No caso das crianças, os sintomas mais frequentes relacionados à hipersensibilidade são erupções cutâneas e angioedema a antibióticos, além de febre, coceira, inchaço nos lábios, pálpebras e orelhas. Vale destacar também sintomas como dores articulares, falta de ar, chiado no peito, coriza e lacrimejamento.
Outro ponto muito importante e de atenção para os pais e mães é avaliar o período em que as reações começaram. Isso porque esse espaço de tempo varia de criança para criança, podendo ocorrer dentro de minutos, horas e até mesmo dias após a ingestão do medicamento. Por isso, sempre digo aos responsáveis que saber mais sobre este período de tempo é crucial para o diagnóstico da hipersensibilidade.
Como entender o diagnóstico?
O diagnóstico da hipersensibilidade é baseado na história clínica detalhada de cada paciente, além dos testes cutâneos de alergia e, se necessário, testes de aprovação. Também ressalto com os familiares sobre a importância da exatidão entre a administração do medicamento e o início do aparecimento dos sintomas. Além disso, analiso também como foi a administração, a doença associada ao remédio, antigas administrações e a medicação que está sendo usada para tratar a mesma patologia.
Já se a hipersensibilidade ocorreu por medicamentos alérgicos, o diagnóstico pode incluir testes cutâneos e intradérmicos, com avaliação de resposta imediata e tardia, e prick test.
Doutora, meu filho apresentou hipersensibilidade, e agora?
Primeiro, calma. O melhor lugar para o diagnóstico e o tratamento para hipersensibilidade é no consultório, com uma análise detalhada de cada etapa entre a administração e o aparecimento dos sintomas realizados ao medicamento.
As crianças que possuem uma predisposição para reações alérgicas de qualquer tipo precisam de um acompanhamento especializado a fim de prevenir outras inúmeras reações que podem comprometer a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida dos pequenos.
Estou à disposição para te ajudar neste tratamento. Marque a consulta do seu filho para iniciarmos o acompanhamento adequado!
Dra. Juliana Satin de Oliveira
Médica: CRM 52-92179-3