Alergia alimentar na fase adulta: é possível desenvolver “do nada”?

BLOG - Dra. Juliana Satin​ - Medicina humanizada e acolhedora

Ter alergia alimentar pode parecer um fator a ser descoberto na infância, mas o que poucos sabem é que muitos adultos desenvolvem essa alergia. Saiba por quê!

Imagine comer algo que você sempre gostou e, de repente, seu corpo reage de forma inesperada: coceiras, inchaço, dor abdominal, diarreia ou até falta de ar. A pergunta que surge é imediata: “Como assim? Nunca tive nada, e agora isso?”

Sim, é possível desenvolver alergias alimentares mesmo na fase adulta. E, ao contrário do que muitos pensam, isso não é raro. Por isso, no blog de hoje, vou te explicar por que isso acontece, quais são os sintomas mais comuns e por que o acompanhamento médico é fundamental nesse processo.

Afinal, o que é uma alergia alimentar?

A alergia alimentar é uma resposta do sistema imunológico a uma substância presente em um alimento que, em pessoas saudáveis, não causaria qualquer problema. Quando o corpo reconhece erroneamente esse componente como uma ameaça, ele libera histamina e outros mediadores inflamatórios, desencadeando sintomas que podem variar de leves a graves.

Mas por que a alergia pode surgir na fase adulta?

Essa é uma dúvida muito comum. Mas calma! Ainda que mais comuns na infância, as alergias alimentares podem aparecer em qualquer momento da vida, inclusive na idade adulta, mesmo em pessoas que consumiram aquele alimento por anos sem problemas.

Além disso, os sintomas de alergia alimentar podem ser observados na fase adulta após a ocorrência de alguns fatores, como alterações no sistema imunológico e exposição a novos alimentos ou formas de preparo.

É possível observar também, com exames mais detalhados, que a alergia alimentar pode ser desenvolvida nessa faixa etária por conta de mudanças na microbiota intestinal, predisposição genética e fatores ambientais e estilo de vida.

Ou seja, mesmo sem um histórico anterior, é possível que o organismo “desperte” para uma reação alérgica após repetidas exposições ou gatilhos específicos.

Sintomas: o que observar?

Os sintomas variam muito de pessoa para pessoa, mas os sinais mais comuns de uma alergia alimentar são:

  • Coceira na pele ou urticária;
  • Inchaço nos lábios, olhos ou garganta;
  • Náuseas, vômito e diarreia;
  • Dor abdominal;
  • Tosse, espirros e chiado no peito;
  • E, em casos graves, anafilaxia, que é uma reação alérgica generalizada e potencialmente fatal.

Vale destacar que é muito importante não ignorar esses sintomas, principalmente quando ocorrem logo após a ingestão de determinado alimento.

Diagnóstico: por onde começar?

O diagnóstico da alergia alimentar envolve uma avaliação clínica detalhada, o histórico do paciente e, quando necessário, a realização de testes alérgicos, como o teste cutâneo (prick test), exames de sangue (IgE específica) e testes de provocação oral supervisionada.

Esses testes ajudam a identificar com clareza os alimentos causadores da reação e a traçar o melhor plano de tratamento e prevenção.

E o tratamento?

O tratamento mais eficaz, por enquanto, ainda é a evicção alimentar, ou seja, evitar o consumo do alimento desencadeante. Em alguns casos, pode haver reintrodução supervisionada com o tempo.

Além disso, o médico pode prescrever medicamentos para controle de sintomas e, em casos de risco de anafilaxia, o uso de adrenalina autoinjetável pode ser indicado.

Informação é prevenção

Desenvolver uma alergia alimentar na fase adulta pode ser surpreendente e assustador. Mas a boa notícia é que, com o diagnóstico certo e o acompanhamento adequado, é possível viver bem, com segurança e qualidade de vida.

Se você tem notado sintomas após ingerir certos alimentos, não ignore os sinais do seu corpo. 

Agende uma consulta para fazermos os testes necessários e descobrir como tratar e prevenir novas reações.

Marque sua consulta comigo. Estou à disposição para te receber!

Dra. Juliana Satin de Oliveira

Médica: CRM 52-92179-3